Para Ler Na Viagem



Eu não me encanto com quem se diz normal. Acabo confiando mais nos loucos, esses que são loucos pra viver e pra dançar, para amar ou escrever. Loucos para serem salvos ou perdidos — tanto faz. São loucos por metáforas. Livres, fascinantes, criativos, desgovernados e parabólicos, querem tudo e querem nada ao mesmo tempo. Esses loucos explodem de alegria, e nunca desanimam nem dizem coisas tediosas. São loucos que nos excitam, elevam, inspiram, e queimam feito velas coloridas fabulosas acesas por relâmpagos em meio a flores e estrelas. São passageiros, como eu, como você. Duram pouco, como Jack Kerouac. Mas brilham — e isso faz toda a diferença.



Texto que escrevi hoje de madrugada, inspirado no Sermão da Montanha e em Jack Kerouac. Entre flores e estrelas, café feito com água benta, pássaros cantando e o amor de minha Mãe no Jardim da Casa Azul


A propósito: não deixe de ver o filme Na Estrada: dirigido por Walter Salles. Baseado no livro On The Road, de Jack Kerouac. Se você ainda não leu esse livro, leia — antes que seja tarde demais.







A loucura obtida através da Dor é uma.

A Loucura que se consegue por meio do Prazer — é outra.




Com relação a tal assunto, eu hoje penso exatamente assim: a loucura derivada do sofrimento é muito mais fácil de ser obtida, mas não tem graça. É feia. Acarreta esquizofrenia, neurose ou depressão, e geralmente requer tratamento. Pode acabar em internação sanatorial, ou em pequenas tragédias. No mínimo, acaba em tristeza.


A Loucura que eu amo — e que considero indispensável — é aquela que se obtém por meio do Prazer escandaloso, contagiante, duradouro e sem maldade. A Loucura que eu amo nasce no coração da Poesia.




Eu escrevo para amantes e sensatos, ciumentos e malucos, depressivos e poetas... Tento a todos incendiá-los com meu verbo ensolarado. Invento-lhes metáforas alegres, e dou-lhes chaves e faíscas com que abram suas portas. Certos dias dou-lhes minha luz escandalosa e minha mão cheia de creme, mas em outros só pretendo inundá-los de profunda escuridão. Alguns dias dou-lhes uma dúzia de tijolos e um pouco de cimento, mas em outros só lhes trago duas rosas vermelhas e um vasinho de lírios. Às vezes, acabo revelando-lhes certas senhas que resolveriam com amor os seus enigmas — e talvez por isso mesmo é que alguns fogem de mim, apavorados.













Esse piso em cacos de cerâmica na então Churrascaria Fronteira (depois Do Luizito e hoje Dos Gaúchos) eu ajudei a fazer quando eu tinha 14 anos de idade. A ideia de fazer a instalação em quadros diagonais foi minha. Talvez daí nasceu meu interesse em Arquitetura e construção civil.




Para fazer as minhas obras, eu às vezes me inspiro em Miró, outras vezes em DaliNiemeyerFrank Gehry, e também em Gaudí e Calatrava.


Mas, no fundo, sou apenas um poeta.




Em todos os meus livros (em tudo que eu escrevo) a ideia básica é a seguinte: Existe um modo racional de tomar decisões. Sejam estas amorosas, comerciais, familiares ou profissionais. E se existe um modo racional de decidir e implementar as respectivas decisões, não é logicamente recomendável a opção por qualquer outro que não seja. O que não é racional é irracional. Não tem meio termo.



A vida é uma aventura extraordinária.



Meu poema Mude no comercial da Fiat.



Click nas imagens para ver detalhes

Novo livro meu a ser lançado em Setembro de 2025.


O que eu escrevo é para ser lido sem pressa. O que eu escrevo é para se ler no ônibus, no metrô, no táxi, no avião, na Rodoviária. No banheiro... No hotel. Na cama. No café da manhã. Na praia, no parque, no quintal. No colo amoroso de um grande amor. O que eu escrevo é para ser lido num domingo à noite. É para ser lido na viagem. O que eu escrevo é para ser lido na Vida. Calmamente. Sem pressa.



Sinta a gostosura da minha língua portuguesa.



Esta linda tarde, enquanto tomávamos vinho nos braços eternos de um grande amor, deitados eu e ela, a menina de amarelo, ali no chão da sala, entre as esperanças derramadas no meu colo por Godot, tive um duplo insight. Incorporei o insuperável Samuel Beckett — e comecei a falar... Por isso, com base nele e no seu personagem Malone, quero agora dizer o seguinte:


O tempo que temos aqui na Terra é sempre muito curto para que o percamos com outras coisas além de nós.


Não se vive de verdade à espera de um Godot: é preciso que o busquemos dentro do próprio peito, bem no fundo desse Sonho delicioso que agora sonhamos.



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Primeiro você tem que salvar-se de si mesmo. Só depois é que vai salvar-se desse outro que te oprime por fora. Teu maior carrasco mora dentro de você.


Às vezes eu tenho vontade de escrever algo mais sério e mais profundo, mas logo me contenho, porque este é só um livro de ensaios poéticos e loucuras despretensiosas, além de algumas memórias. Não sou especialista em Freud, mas gosto muito dele, e o leio bastante. Suas teorias encantam a todos que procuram conhecer um pouco da alma humana. O genial criador da Psicanálise tem sacadas brilhantes. Essa da interiorização é uma delas. A chamada interiorização simbólica da autoridade, que ocorre desde a nossa primeira infância, levanta em nosso peito uma barreira impressionante. Quase intransponível. Não vou contar a história toda, mas, se o tema te interessa, dê um google por aí.

O fato é que a culpa, o medo, o ciúme, a inveja, os preconceitos, a ignorância — todas essas coisas horrorosas nos afastam do amor e da alegria, da liberdade e do prazer.



Quando é preciso resolver uma determinada questão, e ao contrário de outros analistas e consultores, eu inicialmente foco no problema. Apenas no problema. Na solução — só depois. Esse método vale para resolver questões científicas, amorosas, jurídicas, técnicas, familiares ou, especialmente, de negócios. Eu parto do princípio de que só depois de ter detectado, avaliado e analisado profundamente o problema é que podemos pensar na respectiva solução. Afinal, suponho que propor soluções sem antes ter compreendido as causas imediatas e remotas, as implicações e os fundamentos de um problema — é um absurdo. Formado em Lógica, meu método é este. E tenho tido sucesso nesse aspecto, exatamente por isso.

Sim, eu suponho que isso valha também para casamentos, namoros, filhos, novos empregos, escolas, relações de amizade, abertura de empresas, viagens, etc. Tudo tem que ter um Plano. Se não, dá pau.






NO ARMAZÉM DE MEU PAI

Varrendo os ciscos, os papéis, as tampinhas de garrafa, todo dia, eu aprendi a amar a limpeza, mas não de forma neurótica. Varrendo, aprendi a ter disciplina. Eu só tinha nove ou dez anos, mas já varria com método, coreografando uma espécie de dança com a vassoura, meditando, desenhando na poeira coisas que combinassem com as irregularidades daquele chão de cimento queimado. Varrendo, eu planejava a minha vida. Varrendo ciscos geométricos por sobre os cacos coloridos da cerâmica vermelha eu construía uma louca arquitetura de mistérios insondáveis. E então chegava um cliente querendo talvez meio quilo de açúcar. Ou duzentos gramas de mortadela. Às vezes um pão sovado. Não importava: em qualquer das hipóteses, antes de atendê-lo, eu me transformava no Balconista do Olimpo — e o atendia sorrindo. Simpaticamente. Ou seja, varrendo e vendendo, eu aprendi a perceber padrões. Eu aprendi a interpretar as circunstâncias. Varrendo e vendendo, eu aprendi a ser cigano, a ler as mãos — e ver a Sorte. Todo dia.

Todo.
Santo.
Dia.

E está muito bem conservado por quase sessenta anos.


Aliás, naquele tempo, eu trabalhava de domingo a domingo. Inicialmente no armazém (dos oito aos doze anos) e depois na Churrascaria (dos treze aos dezessete). Eu tinha apenas uma folga por ano. Só na Sexta-feira Santa. E eu nunca reclamei por isso. No fundo, já aos oito anos de idade, eu assumi, seriamente, ter responsabilidade na economia familiar. E fiz dessa responsabilidade uma virtude.

Eu só saí da minha cidade natal porque queria estudar Filosofia na USP. E fui. E estudei. Entrei direto, sem cursinho. Três meses depois eu já estava na primeira fila, tendo aulas maravilhosas com Marilena Chauí, Oswaldo Porchat e Franklin Leopoldo e Silva, entre outros. Encantei-me com a nova situação.

Um dado interessante. Meu Pai proibiu-me de aprender datilografia. Ele me dizia que eu, com dezessete anos, já tinha a experiência de administrar, com sucesso, um armazém e um restaurante. Arrumar emprego de datilógrafo, portanto, segundo ele, seria um retrocesso. Essa parte da história em conto no meu livro Solidão a Mil. Onde eu também conto sobre o dia em que eu ganhei do meu Pai um rádio portátil Philco, de ondas curtas, trazido pelo Tito Klocker. Era o dia do meu décimo aniversário. Foi com esse rádio que eu aprendi espanhol, ouvindo a Rádio El Mundo, de Buenos Aires. Eu também ouvia, todas as noites, a Rádio Central de Moscou (onde aprendi um pouco de russo), a BBC, a Voz da América (onde melhorei o inglês), e a Rádio Pequim, onde comecei a aprender chinês. E isso mudou minha vida completamente. 

Para melhor.



Talvez por isso é que a Sorte me adora tanto. 





104. Quem adota a crença, primeiro assume as conclusões, e depois vai atrás dos argumentos. E o que é pior: só aceita os argumentos que não abalem suas conclusões já assumidas. Por outro lado, aqueles que adotam a razão, o método racional, primeiro levantam as hipóteses, e depois saem em busca de conclusões. Caso as conclusões porventura invalidem suas hipóteses, formulam outras hipóteses, sem que por isso se sintam ofendidos. Coisa que os crentes geralmente não suportam (quando se trata por exemplo de Deus), posto que suas teorias sempre são tomadas como dogmas, como fé inabalável, e não como hipóteses.









Por falar em vida...



Em 16.07.2019, no Itararé Hotel, eu tive minha ideia 770: PP90.

PP90 - Preparando para os Noventa.

Ou seja: o que pretendemos fazer na décima década da nossa vida, e com quem podemos realmente contar para que esta seja a melhor década da nossa existência aqui na Terra.


Dois dias antes, no café da manhã, eu já havia tido minha ideia 769.

Li em Chinês significa Força, Energia.







Daqui a pouco eu volto aqui para escrever mais.
 


Agora vou tratar dos gatos, das formigas e dos passarinhos da Casa Azul.





É a Vida...


Agora vejo que tem um índio ali, cujo nome é Claudinei, roçando o quintal.







Minha honestidade pessoal me leva a ser autêntico. A nunca fazer o que eu não queira. Porque não preciso fazer aquilo que não quero. Posso perder algumas coisas por ser assim, agir assim, pensar assim. E seguramente perco mesmo muitas coisas — muitas! — mas todas não significativas para mim. Perco coisas, mas não perco liberdade. Não perco aventuras, não perco amor, tesão, gostosura, desejos, tentações. Ou seja, posso perder coisas, mas ganho na dimensão da minha personalidade, da minha alma, da minha alegria. Pois não abro concessões àqueles que possam querer me prender.

Não jogo minha própria vida em troco de salário, prestígio, poder, posses, coisas, tranqueiras. Não permito que me roubem esse único presente que tenho em troca de um futuro que nem sei se vai haver. Não assumo compromissos que me sufoquem, ou que me levem à exaustão para cumpri-los. Não crio dependências que me prendam, em hipótese alguma. Não me casei, não tenho filhos, não tenho noivas, não tenho muitas namoradas, não faço juras de amor eterno, nem tenho planos mirabolantes que possam sugar minha existência gostosa de agora.

Faço só o que me dá prazer — e apenas pelo prazer. Sem nenhuma maldade. Sem dor, sem pressa, sem esforço desumano, sem mágoas, sem ciúmes, sem cansaço e sem pressões. Sem explorar quem quer que seja.

E isso não é um mero jogo de palavras: Eu sou assim.


Sou o dono do meu tempo.


E não deixarei de amar os meus amores em nome de nada!








A seguir, alguns links para ler sobre







instagram.com/edmalux




Depois eu vou publicar aqui algumas imagens do nosso Café da Manhã Gaúcho.






AVENTURA

Quero agora te propor uma aventura:

Faça tudo o que você mais gostaria de fazer hoje — antes de morrer. Dê um pouco de atenção àquilo que realmente importa. Desfaça-se de tudo que não presta. Jogue fora todas as quinquilharias. Desapegue-se das bugigangas. Despreocupe-se. Olhe bem as tuas coisas, avalie calmamente os teus sonhos e projetos, sobrevoe o teu mundo. Despeça-se (mentalmente, se for o caso) dos teus amigos e dos teus amores preferidos. Em seguida, escolha os maiores prazeres que você puder imaginar — e sinta-os, em todos os Sentidos. Procure cometer até mesmo aquelas pequenas loucuras que você vem sempre adiando — por medo, por vergonha ou por preguiça.



E lembre-se: só hoje é hoje.

Por isso é que HOJE tem que ser um dia inesquecível!




O que será que tem atrás daquela porta?